No contexto corporativo, monitoramento refere-se à prática de acompanhar e registrar as atividades realizadas pelos funcionários durante seu horário de trabalho. Isso inclui a utilização de softwares e ferramentas que rastreiam o tempo dedicado a tarefas específicas, o acesso a aplicativos e sites, e a produtividade geral. O objetivo do monitoramento é melhorar a eficiência e o desempenho, identificar áreas de melhoria, e garantir que os recursos da empresa sejam utilizados de forma adequada. No entanto, é fundamental que o monitoramento seja conduzido de maneira transparente e ética, respeitando a privacidade dos colaboradores e aderindo às leis e regulamentos aplicáveis.
A busca por softwares de monitoramento aumentou consideravelmente no Brasil durante a pandemia. Nos Estados Unidos a prática já era habitual antes mesmo de vivenciarmos o lockdown mundial. Além disso, o avanço da tecnologia, a chegada da geração Z no mercado de trabalho e o incentivo às boas práticas no ambiente corporativo, a ferramenta se tornou uma busca constante para quem ocupa os cargos de liderança. Porém, como identificar a necessidade de investir em uma ferramenta de monitoramento? Qual o limite para o acompanhamento saudável? Preparamos este artigo para debater os pontos cruciais desse assunto tão polêmico e atual.
Benefícios do monitoramento
As atividades que os funcionários acessam e realizam durante a jornada de trabalho estipulada afetam diretamente seus resultados. Por isso, ter o entendimento de quais atividades fazem parte da rotina do colaborador acaba tornando-se indispensável para mapear a gestão do tempo em projetos e mensurar resultados.
Imagine a situação onde você contrata um software custoso que faz parte da rotina do seu colaborador e, ao analisar o tempo dedicado ao software custoso, seu funcionário não o utiliza nem 10% do tempo mínimo esperado nele. A partir dessa informação, pode-se entender que: 1) existe falta de foco na função que lhe foi atribuída, 2) o seu investimento no software está sendo desperdiçado.
Analisar quanto tempo sua equipe perde com distrações diárias não só garante que você os direcione melhor, mas também aumenta consideravelmente a produtividade. Você sabia que perdemos, em média, 34 minutos por dia com distrações? Temos uma calculadora que mostra exatamente o impacto financeiro que essas distrações causam:
O desempenho individual e coletivo também se beneficia do monitoramento. Com dados precisos da produtividade, distrações e cumprimento da jornada de trabalho, os líderes podem tomar decisões baseadas em dados reais.
Possíveis desvantagens do monitoramento
Alguns colaboradores podem não recepcionar positivamente a metodologia do acompanhamento de atividades. O sentimento de estar sempre sendo vigiado pode acabar gerando uma grande pressão e também algum estresse.
No artigo realizado pela BBC, “Como vigilância dos empregados está se voltando contra empregadores” -, temos o relato de Mark que diz “Era muita tensão, achar que eu precisava usar ativamente o computador a todo momento, com medo que ele pensasse que algo como uma ligação telefônica ou uma pausa para ir ao banheiro fosse uma diminuição de ritmo da minha parte”.
Existe também o ponto de vista de quem acredite que o monitoramento dá-se por falta de confiança. A invasão de privacidade é outro ponto crítico, visto que existem softwares que realizam o monitoramento do que é digitado, webcam, geolocalização e capturas de tela e microfone. Por diversas vezes esse tipo de monitoramento é feito sem que o colaborador saiba que está sendo monitorado. O que, de maneira geral, não corrobora com as boas práticas de uma cultura de transparência empresarial.
Questões éticas e legais
O Marco Civil da Internet, Lei nº 12.965/2014, estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. No que diz respeito ao monitoramento das atividades dos colaboradores, a lei garante às empresas o direito de monitorar o uso da internet pelos seus funcionários, contanto que seja para fins legítimos e conforme a legislação vigente. No entanto, é importante ressaltar que o monitoramento deve ser feito de forma transparente e razoável, respeitando a privacidade e a intimidade dos colaboradores.
A Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD) tem como principal objetivo proteger a privacidade dos cidadãos. A lei visa assegurar que as empresas tratem seus dados de forma adequada e segura. Portanto, as empresas precisam controlar rigorosamente os dados que coletam, como os utilizam e com quem os compartilham. A lei estabelece diretrizes claras sobre como coletar, armazenar, tratar e compartilhar informações. Ela também confere aos titulares dos dados diversos direitos, como acesso, correção e exclusão de informações.
Boas práticas recomendadas
Ao implementar um software de monitoramento, é indispensável levar em consideração se o mesmo segue as boas práticas recomendadas. Investir em um ambiente seguro para empresa é tão importante quanto investir no bem estar dos colaboradores. Algumas empresas inovaram e, a partir do desempenho individual, o colaborador pode ser bonificado de acordo com seu mérito. Essa prática incentiva o cumprimento da jormada de trabalho, evitar distrações em excesso e aumenta a produtividade. E é o caso do NeoCode Activities: um software de produtividade que monitora apenas os indicadores chave de desempenho (KPI). Com isso, a plataforma transforma os dados em gráficos e relatórios intuitivos para o gestor e apresenta um autofeedback para o colaborador.
Além disso, é importante deixar os colaboradores cientes de que estão sendo monitorados, e no caso do Activities, que o monitoramento se resume as atividades realizadas no computador e não a dados sensíveis.
Conclusão
Caso opte por monitorar os funcionários, faça de maneira cuidadosa para que essa ferramenta valiosa melhore a produtividade e a gestão do tempo. Os principais benefícios incluem a capacidade de mapear atividades e melhorar o desempenho geral, mas as desvantagens incluem preocupações com a privacidade e o estresse dos colaboradores . Por isso, garanta que o monitoramento seja realizado de forma adequada e transparente, e que respeite as questões éticas e legais previstas na LGPD.
Encontrar um equilíbrio entre monitoramento e privacidade é crucial para manter a confiança e a moral da equipe. A transparência sobre o que está sendo monitorado e por quê, bem como a adoção de práticas que respeitem a privacidade dos funcionários. Portanto, adotar essas práticas é essencial para evitar um ambiente de trabalho opressivo e para promover uma cultura de respeito e colaboração.